quinta-feira, 25 de março de 2010

LOUCOS, AH, OS LOUCOS

Gente maluca gira em torno da lâmpada buscando mariposas, um gás branco torna o ar cinzento e vazio, sei que alguém vai morrer, mas por quê? Não pode deixar para nos constranger com tal travessura somente ao fim da semana? Um episódio assim é mais dolorido nos dias de trabalho. Mas todo dia é dia de loucura, dia de pular, como Ana Cristina Cesar, dos prédios em movimento. Só um grito de pare, bem forte, pode nos constranger à destoar da loucura. Não, nem mesmo ele, nem mesmo o grito mais forte. O que o homem é, na verdade, não se define. Um louco, talvez. Um boemio tentando sempre inventar o fim ideal para a noite, talvez. Um bêbado no balé chamando atenção e provocando gargalhadas no teatro mais conservador que o dicionário de eventos pode inventar, talvez. A grande verdade é que a loucura não tem razão, nisso Pinel estava certo ao emprestar seu nome para defini-los. São complicados como os intelectuais socados nos hospícios tentando decifrá-los.

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