domingo, 21 de março de 2010

A CASA ESCURA AQUELAS NOITES

No hospital um grupo de médicos passa gargalhando com as bocas marcadas pelo óleo do almoço. Abaixo a cabeça, os olhos cansados da cor branca. Entro e fecho a porta, talvez boas gargalhadas com os amigos de seção me traga de volta a força e a inocência da infância, quando eu apanhava e esquecia. Minha mãe sempre prometia cuidar de mim e entrava para o quarto para orar. Quando ela saía lá de dentro o negro de sua péle brilhava e o úmido perfume que tinha resendia o cheiro dos santos. Eu sempre pensava, agora vai dar certo. Deitava para dormir e uma luz branca se derramava no quarto. A casa ficava durante toda a noite sentindo os passos de minha mãe.

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