sexta-feira, 19 de março de 2010

As salas do cérebro são quentes, chegam a fritar tudo que tem na cabeça do povo leigo. Uma leitura não faz mal a ninguém, pois é ela que é o ar condicionado possível nessa seara. Todavia não adianta sair lendo aleatóriamente qualquer placa pelas ruas. O que se deve ler, na verdade, é o alimento para a alma, aquilo que te trás calma ou levanta questões relevantes. Que tal, mudar os conceitos já ultrapassados. Em torno da gente tem milhares de idéias obsoletas. Estas idéias fundem a estrutura de nossas melhores relações. Se não está feliz com a leitura não adianta, tudo ao redor vai ruir. O homem não é nada, nada mesmo! Mas se ele lê, toda aquela carga medíocre parece sair dele. Houve um tempo em que eu lia toda semana, colocando por baixo, dois livros. Selecionava criteriosamente minha leitura. Sabe aquelas pessoas gulosas que enquanto come seu bife já pensa no lanche da tarde? Pois bem, eu era assim. Mas somos como máquinas velhas, não é mesmo? Ficamos obsoletos (intelectuais obsoletos), passamos à comodidade dos mais simples. Então, vem internet, boemia, vida corrida nos dias de trabalho honesto. Uma leitura dentro do ônibus, enquanto observamos os passantes. Cada um dentro de sua preciosa vida. Carregam os fardos dos livros que lêem, geralmente livros ruins. Glauber Rocha dizia: Eu sou eu e minhas circunstâncias. É uma grande verdade, o homem é circunstâncial, mas é também resultado de suas leituras. Tente comparar em duas situações um analfabeto e um homem estudado, verá que dificilmente se encaixarão na mesma situação. As boas leituras estão aí, muitas vezes naquele livro velho e empoeirado na estante de sua sala. Não perca tempo, se não tem um ar condicionado, ligue ao menos o ventilado e seja mais sóbrio nas suas idéias.

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