quinta-feira, 18 de março de 2010

Adoro desenhar coisas aleatóriamente, escrever também, quase tudo que faço é assim, sem perscrutar o subconsciente, se eu pensasse não faria nada. Vou puxando um traço ou uma palavra. E o que vem é sempre sem razão. Às vezes me pergunto, por que veio? Mas está lá e deve ficar, como um fantasma que ajusta o som na ópera. As melhores idéias surgem do nada, é evidente que quando surge de outra, não é a melhor idéia. O artista é uma criança buscando com a mão, numa urna escura seus melhores brinquedos. Eu estava com o cartunista Broba numa mesa tomando cerveja, enquanto eu sorvia lentamente a minha porção de álcool, ele brincava com uma caneta esferográfica na mesa. O cara fica o tempo todo desenhado pequenos cartuns pelados. Umas tripinhas indecentes que depois ganham vida nos seus fanzines. Mas aqueles rabiscos na mesa do bar, aqueles ficaram na memória, sentados numa sala afastada, a noite saiam para os meus sonhos, posso até escutar seus tinidos: "tra-la-la-tra-la-laaaaaa!!!!!!!!!!". E depois de uma noite dessas e de um bom banho, me debruço nos papéis para tentar encontrar aquela sala. Mas o cérebro é grande demais.

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