O espelho não mente,
É a sentinela na porta
Da imortalidade.
Não sei se estou ficando
Velho;
Ou se estou morrendo.
Os cabelos estão embranquecendo,
As espinhas estão parando de vir,
A respiração está ofegante,
Mas o mais difícil de entender:
Está mais fácil
Ganhar dinheiro.
Acho que estou morrendo.
O espelho não mente,
É a sentinela na porta
Da imortalidade.
A poesia ficou mais salgada,
Como se uma crosta pesada
De falsa vaidade
Tivesse saído dela.
E vem a razão de tudo,
O motivo porque escrevo.
Não existe semente
Que perdure nossas lembranças.
Só um livro velho
Me fará ser lembrado.
Não existem ações boas,
Não existem crimes,
Tudo fenece.
Jogam sobre a vida
Uma pá de cal,
Onde nem flores nascem.
O dedo martela as teclas do computador,
Quanto mais tempo passa
Mais sentido tem tudo isso.
O poema sendo esculpido
Com o tempo,
Mas o homem está morrendo.
O espelho não mente,
É a sentinela na porta
Da imortalidade.
Entrada: um quilo
De boa poesia.
ceilândia 2009
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